Da falsa interpretação vulgar sobre os direitos da dominação humana sobre a Natureza
O primeiro “argumento” do homem comum às críticas à depredação da Natureza, não raro é a citação do Livro do Genesis (I:26-30) onde Deus (um nome usado para definir muitas coisas, incluindo um plural nestas narrativas) concede aos seres humanos o domínio sobre as coisas criadas –animais, plantas etc.
A grande pergunta porém é: “- A quem exatamente tal coisa foi dada?” Eis o que está de fato escrito:
“Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra (...) para seu mantimento (etc.)”
Ou seja: Deus conferiu estas vidas aos seres “feitos à sua imagem e semelhança” - e não para aqueles pecadores como foi a condição posterior de Adão e de Eva! Deus seria um louco completo se tivesse dado ao homem comum o direito de fazer livre uso da sua Criação. Seria como criar algo apenas para ser em seguida destruído!

Através da História, por pouco tempo os materialistas dominaram, e quando o fizeram –como agora fazem- deixaram um rastro inigualável de destruição.
Por isto está escrito: "Os justos herdarão a terra e habitarão nela para sempre." (Salmos 37 : 29) Quem que não é responsável e não sabe usar o livre-arbítrio para o bem não merece herdar o mundo.
Aqueles que tem realmente direito a controlar a Natureza são os que também ostentam equilíbrio de valores, e não se entregam aos desejos e às paixões cegas. Tal coisa descreve os verdadeiros filósofos, guerreiros, sábios e santos. O homem comum que não alimenta tais aspirações, deve humildemente receber as orientações daqueles mais instruídos para que as coisas não venham a sair do controle, como tanto tem acontecido hoje.
Não se pode permitir direitos iguais se as responsabilidades tampouco o forem. Então as coisas necessitam ser compensadas. As áreas sob a responsabilidade das classes sociais materialistas deveriam ser sempre mínimas e apenas o suficiente para as suas verdadeiras necessidades, sob pena de termos negligência, devastação e invasão –enfim, perdas de toda a natureza, com o comprometimento final da própria habitabilidade planetária! No mais, toca fomentar a cultura e a espiritualidade nestes setores, para haver dinamismo cultural e espiritual, e não apenas ambições econômicas.
As sociedades originárias em geral, vivem fortemente outras dimensões, sendo por isto capazes de manter uma pegada leve sobre a terra, mesmo vindo a fazer algum uso de métodos não-ambientalistas como a caça e a coivara (coisa que a delimitação dos seus territórios tende a comprometer muito mais). Vivendo em pequenas sociedades, sua caça era ritualizada e respeitosa, muito diferente do abate industrial em massa.
O naturalismo mais radical, é uma forma de compensação para o homem branco, assemelhando-se à necessidade da religião para o homem comum afastado do equilíbrio e da pureza original.
O naturalismo mais radical, é uma forma de compensação para o homem branco, assemelhando-se à necessidade da religião para o homem comum afastado do equilíbrio e da pureza original.
Luís A. W. Salvi é autor polígrafo e polímata sul-americano cujas obras são divulgadas pelo Editorial Agartha.
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webersalvi@yahoo.com.br
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