A Tradição Primordial também é dita "perene" porque sabe se transformar e adaptar, seguindo as próprias diretrizes da vida, sobre balizas universais que asseguram o equilíbrio do Todo, hoje em dia também chamado de “Holístico”. Costuma-se definir este eixo através de Trindades divinas.
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KALI YUGA: UM INVENTÁRIO DO MILÊNIO NEGRO E A NOVA AURORA ESPERADA



Segundo as Filosofias do Tempo tradicionais, o Kali Yuga ou Idade Negra é o período em que a humanidade cai nas sombras do mais denso materialismo e violência, a vida humana se encurta e impera o egoísmo. Para a mentalidade do Oriente, nós vivemos na atualidade este momento obscuro da História humana, mas que também ruma para o seu final.
A Morte costuma ser a grande senhora deste período, mas podemos também incluir "sem cerimônia" todos os Quatro Cavaleiros do Apocalipse: Peste, Guerra, Fome e Morte. Afinal, são todos eles instrumentos naturais da Morte. Por se tratar de um “final de tempos”, é natural que o Kali Yuga acumule todos os problemas do período maior.

A deusa Kali ou "Negra" que rege o período

Sabendo de tudo isto e sendo homem contemporâneo, o filósofo perenialista René Guenón, falecido no ano de 1951, declarou que a época atual será conhecida nos séculos vindouros como a mais terrível que jamais aconteceu em toda a História da Humanidade.
Olhando com suficiente atenção, veremos que assim é. Por muitas razões, sentimos dificuldades para ver as coisas com maior clareza, tal como não pode enxergar bem aquele que está no meio de uma espessa fumaça. Uma das grandes causa deste enceguecimeto, está na enorme carga de ideologia que tragamos desde o nascimento, em contra certas coisas e favoráveis a outras.

Ficamos assim neutralizados em todas as etapas de nosso ser, de tal sorte que sequer temos parâmetros para questionar algo assim tão avassalador, e quase nada nos resta que seguir a poderosa correnteza do rebanho cego. Mesmo que intentemos contestar, fracassaremos em algum momento, como prova o malogro das sucessivas ideologias humanistas.
Por muito menos do que isto, os sábios de todas as idades têm tratado de se afastar deste mundus canis, para tratar de ver as coisas com suficiente clareza e buscar soluções para si e, quem sabe, para outros mais.
Onde, porém, começa e termina este ciclo terrível do planeta, do qual Guenón tinha plena ciência de estarmos a vivenciar como Kali Yuga?

A Cronologia da Trevas


O conhecimento das “Idades do Mundo” é tema raro e controverso. Existem alguns calendários mundiais místicos e outros realistas, assim como ambas as coisas.
Segundo os calendários mais realistas, a verdadeira Idade Negra não ultrapassaria em muito os mil anos de duração, estando por concluir nos tempos atuais.*
A afirmação quanto ao Kali Yuga do tempo de Krisha, pertenceria na verdade a esta exata ordem coisas, uma vez que este avatar surgiu num momento histórico idêntico ao atual, há exatamente um ciclo de Era solar atrás ou há 5 mil anos.**


A "jornada noturna" de Maomé
Para os Brahma Kumaris da Índia, a Idade Negra teve início há cerca de 1300 anos atrás. Ou seja, coincide com o surgimento do Islã, típica religião medievalista e da Era de Peixes, muitas vezes intolerante, agressiva e fanática. Pretendendo quiçá iluminar a “Noite do Mundo” com o fogo da sua espada, o Islã inova pela pregação aberta da violência como método de conquista, exigindo de outras civilizações respostas à altura.
Abre-se assim o tempo em que as perseguições ideológicas escusas passam a substituir as guerras antigas honradas e declaradas.
Ato seguinte, começam os dois ciclos-Fênix (forma como os egípcios denominavam aos ciclos socioculturais de 500 anos), um espiritual e outro material, regendo a desconstrução social aberta pela “heresia-da-separatividade” especial do Kali Yuga.

“Fênix 1”. Espiritualismo: as Cruzadas e a Inquisição da Fé

Sob a chegada do primeiro milênio a fé ressurge no seio da velha Europa para esperar as profecias. O expansionismo muçulmano força os cristãos a se organizar para resistir e refutar as invasões. Assim surge o Sacro Império e com ele o mito da cavalaria heroica das Cruzadas.
A Igreja queria a exclusividade na Terra Santa, e prometeu a salvação aos que libertassem Jerusalém da presença do infiel. Ato seguinte surge a Inquisição para combater as heresias religiosas.





A Inquisição pode não ter inventado a perseguição ideológica e a tortura –o Islã e a China os antecederam “com méritos”-, mas por terem-nas já fica totalmente desabonada.
A Inquisição foi, portanto, um elemento do Kali Yuga, mas não o mais tenebroso. O fanatismo religioso trouxe o ápice do poder e da decadência da Igreja. O naturalismo de São Francisco vem tentar redimir este quadro, porém com resultados apenas medianos.
Surge então Lutero como carma histórico e começam as lutas religiosas internas, alimentando as novas ambições políticas cujos ciclos revolucionários varreram o mundo.
Enquanto isto, o mundo se integrava e a economia ganhava dimensões globais, impulsionando toda uma nova cultura emergente: a “força transformadora” da burguesia, até então contida pelo medievalismo feudal, passa a despontar com toda a sua impiedosa crueza devastadora de costumes (e de ambientes); como gostava de dizer Karl Marx.

“Fênix 2”. Materialismo: Inquisição às avessas e as Guerras-do-Fim-do-Mundo

A Idade Média foi chamada pelo Iluminismo de “Idade das Trevas”, porém tudo pode ser na verdade bastante relativo: o materialismo levou o pêndulo ideológico para o outro extremo das coisas...

O ciclo burguês-positivista dos últimos séculos anos foi a própria “Idade Negra da Idade Negra”, concluindo este ciclo das trevas com chave-de-ferro. A cobiça e o materialismo "científico" terminaram gerando o verdadeiro homem Antipodae: aquele-que-tem-a-cabeça-no-estômago. Neste auge da Idade Negra, o discurso moral e o pensamento tradicional passam a ser censurados de diferentes maneiras.
Dizem que a Inquisição católica matou a muitos –talvez umas 6 mil pessoas (obviamente, exageram um bocado as coisas para denegrir as ideologias de um passado recente)
. Porém, quantos foram mortos por simples questão ideológica e sem combates reais nas ditaduras capitalistas? Somente na Argentina foram 30 mil mortos e no Chile foram 40 mil, sob ditaduras militares capitalistas empregando táticas nazistas declaradas.


E ainda muito pior, quanta gente foi perseguida e chacinada naquelas grandes nações que se tornaram comunistas e abertamente materialistas? Dezenas ou centenas de milhões?! O conceito de religião-ópio-do-povo foi apenas mais uma nova Inquisição, brutal como nenhuma outra.
A figura do burocrata Stalin foi paradigmático até no nome: o “aço” é um subproduto do ferro. E a ascensão do Nazismo veio na mesma leva de horrores, para dar uma nota final de caos, terror e hipocrisia ao mundo atual, cobrando o restante do carma da História.***


É aqui onde os Quatro Cavaleiros do Apocalipse realmente emergem, pois, em todo o seu poder. E para não escapar aos fatos, cabe entender que Peste, Guerra, Fome e Morte podem assumir variantes de requintes nestas circunstâncias, tais como: o grande incremento das enfermidades-de-civilização (infartos, acidentes, câncer, etc.); as guerras ideológicas disseminadas (táticas, preventivas, midiática. etc,), a fome maquiavelicamente programada pelo sistema capitalista (entre outros) para manipular o trabalho; e a Morte também pela violência doméstica e guerra não-declarada do racismo, da xenofobia, etc., etc.

E além? Sínteses e depurações.








Guerras terminais, caos ambiental, tempos finais. Uma grande depuração estará a caminho, ao cabo desta verdadeira escatologia. 

E um par de séculos “extras” pode existir todavia para efetuar a completa transição do Velho Mundo, enquanto o Novo prossegue no seu parto doloroso.

Novas sínteses devem também emergir, equilibrando as rodas do tempo. E da síntese sempre pode surgir o verdadeiro Novo.
Então, deve-se esperar as profecias, no caos impensável e incontornável do pós-tudo.
Um mensageiro ainda é aguardado ao cabo de tudo, para encerrar a Era de Kali atual: o Kalki Avatar, o ginete do cavalo branco.****

* Mesmo na doutrina oriental do Manvantara, após convertidos os ciclos pela fórmula racionalista do valor 360 dos “Anos Divinos”, o Kali Yuga alcança no máximo 1.200 anos –ver a respeito no verbete “Yugas” no “Glossário Teosófico” de H. P. Blavatsky.
** Tal como hoje se espera a chegada do Kalki Avatar para encerrar o Kali Yuga atual, Krishna fez o mesmo na sua própria época, à diferença de que agora se soma um Kali Yuga maior. Afirma avulsamente certa “tradição” que na ocasião da morte de Krishna (em 3.102 a.C.) o Kali Yuga estaria apenas começando, porém, não existe nenhum sistema capaz de sustentar de maneira categórica esta colocação. Já do contrário existem várias escolas para refutar tais ideias.
*** O materialismo fez muito mais do que devastar ou colocar um tapete de cimento sobre a Natureza, ele também estendeu um véu de fumaça sob as estrelas. Que isto sirva de metáfora sobre a castração da dupla-natureza humana material e espiritual. O Universo não está na Terra, porém a Terra está no Universo: esta é a grande questão!
**** Há atualmente muitas datas proféticas da chegada do Mensageiro em torno do ano 2000 que abre o Terceiro Milênio, tais como 1980 (Alice A. Bailey), 1999 (Nostradamus)2005 (Eubiose)2012 (maianismo)2014 (Kaduri) e 2025 (Hinduísmo), entre outras.

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Luís A. W. Salvi é autor polígrafo e polímata sul-americano cujas obras são divulgadas pelo Editorial Agartha.
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(+55) (51) 99861-5178

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